São muitos os estudos que demonstram a relação entre a gestão do capital intelectual e sustentabilidade, provando que as organizações que se preocupam com a gestão dos seus ativos intangíveis são organizações mais sustentáveis, não só em termos económicos, mas também em termos ambientais e sociais. Assim, falar de gestão de capital intelectual é, cada vez mais, falar de sustentabilidade.
Todavia, a natureza multidimensional do capital intelectual tem levado ao surgimento de diversas definições, as quais, muitas vezes, são pouco claras, gerando equívocos na comunidade em geral. Existe, no entanto, um consenso alargado segundo o qual o capital intelectual resulta da interação de três categorias de Capital: Capital Humano, Capital Estrutural e Capital Relacional.
- O Capital Humano é entendido como o capital das pessoas de uma organização, composto, entre outros, pelas suas competências, pelo valor acumulado das suas práticas de gestão do conhecimento, pela sua criatividade, pela capacidade de inovação, pelas redes de relacionamentos, pelos seus valores. Deste capital também fazem parte a cultura e os valores organizacionais.
- O Capital Estrutural é entendido como a infraestrutura de apoio da organização, por exemplo, as bases de dados, a infraestrutura de comunicação e tecnológica, os repositórios de conhecimento, os manuais, a lista de clientes, os processos, as normas internas, as certificações, as marcas e as patentes.
- O Capital Relacional corresponde à força e lealdade de clientes e outros stakeholders responsáveis pelos fluxos de caixa e outros fatores que irão contribuir para o crescimento futuro. O capital relacional é fundamental nos processos de crescimento no mercado e internacionalização, assim como na capacidade de resiliência e assimilação dos processos de transformação digital. No contexto atual, de aceleração da mudança tecnológica e de digitalização dos negócios, este é o capital mais relevante para a sustentabilidade.